sábado, 10 de setembro de 2011

O Milagre do Nordeste

        Parece que o grande poeta Olegario Mariano escreveu esta poesia para nós, pedroavelinenses. Lembro-me de uma aluna da escola estadual Abel Furtado, Francisca Albuquerque de Lima, filha de:Misael Leite de Albuquerque e de Maria do socorro  de Albquerque, carinhosamente chamada de "Faé" recitando-a sob a orientação da professora Raimunda Medeiros, com uma dicção e gesticulação invejaveis.            
 
                                Prof. e Poeta João Bosco

O Milagre do Nordeste


I
Sob a desolação da terra  comburida
O homem depondo a enxada,
Acurvado de mágoa
Pôe o joelho no chão ,
E mal consegue dizer!

II
Deus! com o sol que dás tu me tiras a vida.
Dá-me por piedade um pouco d'água,
Para o meu pobre gado não morrer!
III
E aponta com o braço descarnado a campina,
Onde os trapos daquela imensa ruína,
Mugem com vergonha de viver.
IV
Deus! Meu cavalo ontem morreu de fome e sede.
Enterrei-o envolvido em minha rede.
Era o que tinha de melhor para lhe dar.

V
E... Sem poder dizer tudo o mais que sentia,
Os braços alongados à tarde que morria,
O homem prostou-se ao chão e começou a chorar.
E SOBRE ELE... CHOVEU A NOITE TODA, SEM PARAR.

Olegario Mariano

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A DISTÂNCIA QUE NÃO DIMINUI, O POSSÍVEL E O IMPROVÁVEL

                                       
    Recentemente a PMAB adquiriu um aparelho de ECG (telemedicina), e um funcionário saiu a propagar, num surto megalomaníaco, que sua cidade agora tinha medicina de primeiro mundo. Isto me faz lembrar à história do analfabeto funcional, que aprende a ler, mas não sabe  o que está lendo.  Na realidade este exame  vem atender a  uma das muitas limitações que nós  temos na saúde pública do interior, mas tá muito longe de atender aos nossos problemas, que são gravíssimos.  
    Não dá  para  fazer  medicina mais na base do achismo.  Cidades do porte de  Afonso Bezerra  precisam e podem  fazer uma medicina de boa qualidade.  Há  necessidade de um bom laboratório, um  aparelho de raio x,  um ecocardiograma,  um ultrassom , pediatra, cirurgião,  ginecologista,  obstetra e cardiologista.  Alguém dirá, mas isso é muito caro !.  Com certeza  não  é mais    caro  do que  um  campo de  futebol.   Se  faltam  recursos,  faltam  também idéias.   
     Que tal os prefeitos da região  central se unirem para  adquirir  este   arsenal propedêutico  através  de consórcio?   E eu  vou mais  longe,  que  tal  os  prefeitos  da  região central  lutarem por uma  UTI,  que seria implantada no hospital melhor  estruturado. Mas, a saúde não é prioridade .  Eles  preferem  verbas par a construir  campos de  futebol, ginásios esportivos  e  pórticos  para  se locupletarem  de  maneira sub-reptícia.  Se  não  houver  uma mudança de mentalidade  nunca resolveremos este abismo social. Para ilustrar o que eu falo, há  alguns  anos um  colega  meu me ofereceu o mesmo serviço,  para  que eu  contemplasse algum hospital a custo zero. 
    Eu procurei  Agtônio, meu irmão, e ele apesar  de  adversário do prefeito de Pedro Avelino,  na época, Sérgio Cadó, o procurou ,procurou também o secretário de saúde e nunca  obteve resposta. São a essas pessoas, eleitores, que vocês estão entregando o destino de suas  cidades. Não usem mais o seu título como cartão de crédito, só tem validade na eleição, mas a fatura você  pagará  em quatro anos. 
Dr. Francisco Arotônio Soares ( Médico Cardiologista )
                              Postado por Prof. João Bosco

Viajando no Tempo- Poesia do RN


 Poemas “Exaltação” e “Pitangueira” de Palmira Wanderley.


                         Exaltação


“Porque eu te quero bem, eu desejo ser tua;
Tua toda tua, inteiramente tua;
Na completa renúncia do meu ser...
Porque eu te quero bem, quero que sejas meu,
Todo meu só meu e unicamente meu,
Na grande exaltação de te querer

Porque que quero bem é que, numa ânsia louca,
Sofro a condenação de querer e esperar...
Até que a sementeira amadureça
E os beijos quentes que tu tens na boca,
Rebentem em minha boca, a saciar

Porque eu te quero bem
É que minha alma estua
Na contida expansão de quem deseja e quer...
Porque eu te quero bem eu desejo ser tua;
Na imolação divina de me dar,
Pela glória maior de ser muher!”


                      Pitangueira        


Termina Agosto... A pitangueira flora
A umbela verde cobre-se de alvura,
E, antes que se Setembro finde a aurora,
Enrubesce a pitanga... Está madura.

Da for, o fruto é de esmeralda, agora...
Num topázio depois se transfigura,
E, pouco a pouco, um sol de estio a coroa,
Dando cor de rubis à carnadura.

A pele é fina, a carne é veludosa,
Vermelha como o sangue, perfumosa
Como e humana a sua carne fosse...

Do fruto, às vezes, roxo como o espargo,
A polpa tem um travo doce-amargo,
-O sabor da saudade, amargo e doce...

                                                  Palmira Wanderley

   Palmira de França Wanderley (1894-1978). Natural de Natal, Palmira e considerada uma das figuras mais importantes da poesia feminina do Nordeste, ao lado de Nísia Floresta e Auta de Souza. Publicou “Esmeralda” (1918), “Roseira Brava” (1929) e colaborou em diversos jornais e revistas literárias do país.

  Neste prédio denominado "O Ninho do Amor", a poetisa ia morar com o seu amado Moises Soares de Araújo, mas ele faleceu antes do casamento em 1922,  deixando-a  inconsolavel. No lugar, hoje, é o edificio Cidade do Natal. 
                                              

                                                                         Prof. e Poeta João Bosco

Espaço das Grandes Figuras

          Contribuição do Padre Antas ao Esporte de Pedro Avelino.

     Por trás Igreja Matriz, existiu um mini campo onde o Pe. Antas comprou muitas bolas e toda tarde, além de presenteá-las aos atletas, vinha assistir ao jogo. Em sua casa muitos aprenderam a jogar xadrez, e o mais moderno, duas mesas de ping-pong, onde  ele mesmo jogava muito bem. Aliados, Damas, Baralhos Educativos. Ao lado da escola paroquial treinava-se o voleibol.

   Em 1959, Pe. Antas iniciou uma campanha com os pais dos alunos , conseguiu uma mão de obra voluntaria  e começou a construção da quadra de esportes, que ficava em frente a Igreja Matriz. A referida quadra era oficial, toda de um tijolo branco especial.

   Na ocasião da inauguração, houve um torneio com a participação de muitas equipes, do Centro Social Nossa Senhora. das Graças e da escola Abel Furtado. O mais interessante era a pouca familiaridadae com aquele jogo de traves pequenas, bola muito pesada e cheio de regras. Que tempo bom, meu Deus!

                                                Prof e Poeta João Bosco.     

             
                                

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MORRE MÃE NENEM

Matéria extraída do blogger: http://www.digoeprovo.blogspot.com/
 
   Falaceu na manhã de hoje aos 103 anos, em Pedro Avelino, a Sra Silveria Bezerra da Costa, MÃE NENEM, matriarca da tradicional familia Bezerra, MÃE NENEM, sempre foi um exemplo de dignidade e de respeito ao proximo que seu exmplo possa ser seguido por todos. Seu sepultamento será na manhã desta sexta feira.
 
  Nota:  Quero mandar minhas condolências às familias: Bezerra e Ernesto da Costa.  
                                            Prof. João Bosco

Despertando e Expandindo a Zona Norte

ESTRÉIA: Ola pessoal, é com muito prazer que estreio hoje mais um quadro de postagens no meu blog (Despertando e Expandindo a Zona Norte). Desta vez, vou falar sobre a nossa Zona Norte, cada bairro e a sua cultura.  Prof. João Bosco
     
             Bairro
   Lagoa Azul

     O movimento expansionista em direção à periferia natalense propocionou o surgimento de bairros como Lagoa Azul. Em sua área, encontram-se as lagoas do Gramoré, do Sapo e Azul Dendê, esta nas proxiidades do Rio Doce. O bairro topográfia acidentada.

     Com o incremento da política habitacional, foram constrídos, no local, os conjuntos residenciais financiados pela COHAB-RN- Companhia de Habitação Popular do Rio grande do Norte, Nova Natal e Gramoré (1983) e Eldorado em 1991.

     Em terras de Lagoa Azul, já na divisa com Extremoz, a localidade de Gramorezinho vem desenvolvendo, ao longo de decadas, o plantio de hortãliças, comecializadas em feiras livres e supermercados da cidade. Participam dessa atividade cerca de 200 familias que bombeiam água do Rio Doce e das lagoas para as suas plantações.

     Conscientes do patrimônio natural que os rodeia, os moradores do lugar, aproveitando os estudos preliminares para o Plano Diretor em 1992, reivindicaram uma politica de preservação das áreas verdes, ainda existentes no bairro, e a remoção de favelas para onde houvesse infra-estrutura favovável, visando a preservar as dunas do lugar. Reivindicaram, ainda, solução para os loteamentos e a proibição de construir nas áreas verdes e junto às lagoas.

     Lagoa Azul foi oficializada como bairro, quando da definição de seus limites, pela lei Nº 4.328, de 05 de abril de 1993, publicada no Diario Oficial em 07 de setembro de 1994.


                                                                   Prof. e Poeta João Bosco

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Reminiscências

       "O orgulho varonil daquelas crianças em 1959, enche de prazer a todos que nascem em Pedro Avelino". Prof. e Poeta João Bosco
                                                                                             
          Quero oferecer esta pagina a todas as crianças, adolescentes, professores, instrutores e pais que viveram aquele momento, especialmente àqueles que já foram chamados por Deus para o seu reino.

          Voltemos para o ano de 1959, semana da Pátria, Padre Antas comprou o tecido da farda, de cor cinza para calça e saia e  branco para camisa e blusa que através da coperativa era negociada com os pais dos alunos. Quanto ao calçado era o tênis Conga azul.

          Ele na qualidade de músico, ensaiou os hinos cívicos: Nacional Brasileiro, Bandeira, Proclamação da Republica e Independencia do Brasil. Os ensaios do desfile eram feitos sobre o comando dos saudosos, José Pereira e o Antônio Clementino.
          No dia 7 de setembro, a escola estava impecável. As autoridades municípais assistiram ao desfile cívico com o Pavilhão Nacional, Bandeira do RN e Bnadeira da Escola Paroquial. Cujo monograma era a espada de São Paulo, Padroeiro do Município no centro, onde de uma lado o "Ce" e do outro o "Sp".

          Após percorrer às ruas desfilando, a escola tendo como mascote, a menina Maria das Graças Câmara do tabelião Luís Tomé Câmara, hoje médica renomada, o aluno Pedro Antas no bombo, Francisco Matias no tarol e Fernando Querino na caixa de guerra, fez um desfile magestoso.

         Ao chegar em frente ao palanque o instrutor Antônio Clementindo fez variass coreografías onde a apoteose foi o caracol, coisa que só os militares bem treinados faziam.
    
         Em seguida, houveram recitais e o arriamento da bandeira, sobre a batuta de Padre Antas foram entoados os hinos:  Bandeira e o Nacional. 

                                                Prof. e Poeta João Bosco
 
                                      

Espaço das Grandes Figuras

           Bem amigos, quero externar a minha satisfação por Antônio Afranio e Neide
estarem visitando sempre o meu blog.    

          Venho citar nesta postagem  uma parte de um texto riquissimo onde o mesmo faz uma exortação a cerca de Deus, mostrando toda o seu penssamento cristão, no jornal "A Pimenta"  ano II -N 6- Dez- 98 Edição Histórica. Pedro Avelino 50 anos.     
 

 "Se pedires alguma coisa em meu nome, eu o farei". João 14, v 6, 13-14.

            "Quem lembra da história da fundação de Pedro Avelino. Esta vila começou a crescer na grande seca de 1877". Com a assolação da seca, os povos da região vinham se refugiar nesta vila que cresceu, porque aquí tinha algo que não existia nas demais regiões. O que? Concerteza não era aquela terra que emana leite e mél, mas muito fertil ela era naqueles tempos.  

             Por que não hoje? Deus pode devolver a prosperidade a nossa cidade. Basta que façamos a vontade dele... Espero encontrarmos em outras oportunisdades. Fiquem na paz de Deus".

                                           Escritor: Antônio Afranio de Araujo
                                      Ex-Secretário de Educação de Pedro Avelino.

                                                    Prof. e Poeta João Bosco

ANTIGA RIQUEZA DO SERTÃO


                                        ALGODÃO: O NOSSO OURO BRANCO

     A mata virou capoeira e algumas áreas estão ficando desétricas, provocadas pelo desmatamento. E o tempo está passando. Lá se vão duas décadas e meia, com novas gerações,  e o espaço agrícola que um dia foi devorado no golpe da foice e do machado para dar lugar a pequenas plantações de algodão, milho e feijão, já está quase todo ocupado pela capoeira e pela criação de gado. Pela natureza nascem alguns arbustos compatíveis ao solo. Porém, no seio da mata renascida, resquício de uma época que se apresenta na retina fatigada do olhar saudoso do sertanejo, aparecem alguns pés de algodão viçosos que se abrem em flores e em frutos. Por várias décadas, principalmente a de 70 e início da de 80, do século XX, que foi a que eu presenciei, o algodão era a riqueza nas propriedades, foi o ouro branco do sertão. 

    Duas ‘carreiras’ de feijão e uma de milho, sendo que a de milho era alternada com a semente do algodão. Assim era a configuração da plantação na roça do camponês depois da terra molhada pelo 'inverno' e preparada para o plantio. O feijão e o milho, assim como permanecem até os dias atuais, eram destinados a subsistência da família e eram colocados em silos quando a safra era boa. Nos anos de boa colheita, o excedente era comercializado nas feiras mais próximas. 

E o algodão? O algodão era a galinha dos ovos de ouro do homem da roça. Era quem garantia a renda adquirida através da safra e servia para comprar as vestimentas da família, um móvel novo para a casa, uma bicicleta, um boi de campina, um arado. Isso nas pequenas e médias propriedades. Já nas grandes fazendas, os agricultores tinham lucros maiores e, com isso, compravam caminhões, tratores, carroças, casas em Natal, carros particulares e algo mais.

    Os ‘apanhadores’ de algodão saíam bem cedinho com o bisaco e o cabaço com água, no piar do passarinho ou no cantar do galo. “Vamos ver quem apanha mais?”. Havia sempre uma disputa. Falavam sempre que fulano ou sicrano era um grande ‘apanhador’. A unidade de medida era a arroba -15 quilos, levado à balança sempre no final da tarde.  Caderneta na mão, Chico colheu 16 kg, José, 20; Maria, 17. A soma era acumulada por toda a semana e o pagamento, só após a venda do produto, no sábado, dia de feira na cidade. Na cidade circulavam caminhões e tratores com carroças 'carregados' de trouchas de algodão, que eram vendidas nas algodoeiras locais ou em outros centros. Vale salientar que o comércio era grande, muitos agricultores tinham imensos armazéns no centro da cidade para armazenar essa riqueza. Circulava muito dinheiro, além de festas como ano novo, carnaval, semana santa, São João, padroeiro da cidade, Natal. Imagine que o nosso município, Pedro Avelino, tinha quase 14 mil habitantes.

   “Sai de cima do algodão, menino!, você vai adoecer, vai se coçar, pode cair e quebrar o braço”, esbravejava a mãe do garoto, cuidadosa. O depósito do produto era feito na primeira sala da casa ou no alpendre, a famosa varanda. Havia época que mal dava para adentrar para o interior da residência. O estoque chegava a tocar no telhado e as crianças se apropriavam da ‘ruma’ daqueles capuchos branquinhos para desenvolverem algumas peripécias. Dessa 'brincadeira' eu participei quando papai arrendou a fazenda Serra Aguda, no final da década de 60.  
 
   Com o tempo e por conta da ausência de políticas públicas em defesa do pequeno produtor rural, sobretudo, assistência técnica, o algodão foi aos poucos sendo consumido por uma praga, apenas conhecida como ‘bicudo’. Vencido, sem nenhuma alternativa que possibilitasse salvar a lavoura, a produção foi cessando até o seu esgotamento final.
E hoje, esquecido no seio da caatinga, a sua presença é apenas o testemunho que faz brotar na lembrança a sentença de um tempo que não volta mais.

                                        Marcos Calaça, jornalista (UFRN)
 
  Meu Comentario: Prof. Marcos você tem sido cada vez mais feliz no saudosismo nativista da nossa terra. Creio que a nossa ascenção dar-se-á num futuro bem próximo.  Ainda não é dia claro, mas já é alvorecer..
                                            
                                                                        Prof. e Poeta João Bosco