Minha mãe - Im Memórian
Ó rainha do lar que conheci
Nos meus primeiros anos de existencia
Ó divina mulher que sempre me ensinaste
A só fazer o bem em minha crença.
Os anos se passaram e hoje digo
Distante dos carinhos de outrora
Que deus te pague na eternidade
O que eu não posso te pagar agora.
Pois jamais esquecerei aquele afeto
Que recebi e recebo todo dia
Da sua voz pra mim num céu aberto
Como lamento ter de ver passar
O prazer que eu sinto por te ver
E tão pouco tempo nos restar.
Prof. e Poeta João Bosco
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O PESCADOR
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Eu e Eles- Relembrando Grandes Pessoas.
O PESCADOR
IBANI COSTA
Soprava o vento as palhas de um coqueiro
Saudando alegre um barco que partia,
Levando um forte homem que queria,
Buscar no mar o pão p'ro lar inteiro.
Na concha azul a ave que voava,
Deixou cair um beijo com doçura,
Abençoando aquela criatura,
Buscando longe o pão que lhe faltava.
E em mágicos deslizes o bailado,
Da onda mansa carregava um bravo,
Que se tornou do mar fiel escravo,
Devido ao seu amor ao lar sagrado.
Uma criança frágil de seis anos,
Com a magra mão acenos lhe enviava,
E ao coração baixinho murmurava:
"Volte logo, papai, nós esperamos".
Nem do lugar mais alto de um monte
Se via mais o homem do barquinho,
Pois não passava de um banal pontinho,
Perdido no infinito do horizonte.
Passaram-se três dias de repente,
Um ponto vem crescento já de volta,
A vela do barquinho ao vento solta,
Tornou-se rubra como no poente.
A mãe e o filho a sorrir correram,
Para abraçar o homem que voltava,
Sem reparar que o mar triste chorava,
E o coqueiral dorido emudecera.
O frio vento que parou com as horas,
Sussurrou algo, e aquela que corria,
Caiu por terra, e o filho lhe dizia:
Por que choras mãezinha, por que choras?
Seu pai, meu filho, partiu num barquinho,
Já fez três dias eu o esperava,
Para ele todo dia eu rezava,
E o barco triste encostou sozinho.
Ibani Costa (1957-1977). Nasceu em Pedro Avelino-RN,
ganhou o festival popular de música em Belém do Pará
em 1974. Faleceu muito jovem tragicamente em Natal.
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Eu e Eles- Relembrando Grandes Pessoas.
Eu sou machado e Pedro Cunha
Eu como carne e Manoel Toucinho
Eu sou de ferro e João de Barro
Eu sou a hélice e Manoel Leme
Eu sou biscoito e João Bolacha
Eu jogo pedra e João Bola
Eu sou garrote e Manoel Bezerra
Eu sou jardim e João Flor
Eu cobro feira e Chico Coleta
Eu sou da terra e Maria do Céu
Eu caço Peba e José Anta
Eu sou afluente e João Riacho
Eu sou da praia e Chico da Barra
Eu topo briga e João Batalha
Eu sou desconhecido e Manoel Charapinho
Eu sou galego e Chico Preto
Eu sou folião e José Pereira
Eu sou parente e Manoel Sobrinho
Eu sou divino e Maria Trindade
Eu sinto dor e Chico Caimbra
Eu sou betume e Chico Gasolina
Eu sou cenoura e o Velho Batata
Eu sou ferrolho e Zacarias Travessa
Eu sou clareira e Joaquim Campos
Eu sou capitão e Alexandre Tenente
Eu sinto tristeza e Chico Alegria
Eu sou Jurema e João Nogueira
Eu sou feliz e o Velho Asilado
Eu sou lobo e Chico Raposa
Eu sou limpo e João Rajado
Eu sou coelho e Joaquim Rato
Eu sou cinzento e Antônio Marinho
Eu sou índio e Caboclo Chico
Eu sou o ninho e Cobra Choca
Eu sou da praça e João da Mata
Eu sou linheiro e Lenga-Lenga
Eu sou cabrito e José Carneiro
Eu sou do Óleo e Chico D’água
Eu sou do escuro e Maria da Luz
Eu sou a foice e Chico Machado
Eu sou moinho e Manoel Palheta
Eu sou do pinto e Antonio do Galo
Eu sou água e MARIA Fogo
Eu sou a planta e Arnaldo Rosa
Eu sou espinho e Joca Roseira
Eu sou arara e Chico Priquito
Eu sou de amolar e Manoel de Lima
Eu sou mecânico e Luiz Ferreiro
Eu sou magro e Antonio Grosso
Eu sou galo e Cirilo Capão
Eu sou coelho e Chico Macaco
Eu sou peru e José Guiné
Eu sou avião e João passarinho
Eu sou de pai e José de Mãe
Eu sou tatu e Manoel Peba
Eu sou pescoço e José Cabeça
Eu sou José e Segundo Maria
Eu nada capo e Sebastião Capa-Galo
Eu sou cabrito e Manoel Bode
Eu sou piranha e Chico Potengi
Eu sou pagão e Chico Bento
Eu sou de Buda e João da Cruz
Eu sou elefante e Severino Leão
Eu sou barra e Júlio Pintado
Eu sou grande e José Pequeno
Eu sou pequeno e Maria Grande
Eu sou cumprido e Mário curto
Eu jogo foice e Luiz Cacete
Eu tenho alegria e Chico Chagas
Eu sou jandaira e José Saburá
Eu quero coco e Manoel Catolé
Eu sou criança e Pedro Velho
Eu sou granizo e Luciano das Neves
Eu caço peba e Severino Preá
Eu sou florido e Manoel Cachiado
Eu sou sabido e João besta
Eu sou xícara e Meira Pires
Eu sou de argila e Júlio da Rocha
Eu sou a planta e José Rosa
Eu sou dos mesquinhos e Manoel Franco
Eu sou acordado e João Cochila
Eu sou besouro e Manoel Mosquito
Eu sou pastor e Jose Padre
Eu sou charlatão e Manoel Doutor
Eu sou do Brasil e Chico Português
Eu sou duro e Chico Mole
Eu sou oiticica e João Gameleira
Eu sou do gingado e Manoel dos Passos
Eu sou Bosco e Pedro Avelino._________________________________________________________________________________
EU E ELAS- FAZENDAS DE PEDRO AVELINO
Eu venho do velho mundo e vou para TERRA NOVA;
Eu vejo do alto pois tenho BELA VISTA;
Tu gostas da vila e eu de CONDADO;
Com tanta água salgada encontrei POÇO DOCE;
Para que desepero se tem BOA ESPERANÇA;
Aqui é raso, lá é RIACHO FUNDO;
Estou no Líbano, você na ARÁBIA;
Vou de cavalo, você de CRUZEIRO;
Eu nado bem , mas paro no GARRANCHO;
O meu limite termina em DIVISÃO;
Subi a montanha lá em DOIS CABEÇOS;
Pra que ficar triste se tem SANTA FÉ;
A minha tristeza se acaba quando chego em MONTE ALEGRE;
Viajei muito e vi BELO MONTE;
Depois da luta vem BOM SUCESSO;
Eu já vi rio Tinto, você RIO DO FEIJÃO;
Meu lugar é bom, mas só VAI QUEM QUER;
Eu moro perto de RIACHO DO MEIO;
A fazenda da serra é bom LOGRADOURO;
Assu tem rio Piranhas, aqui RIO MARACAJÁ;
Todo o meu leite vem do GADO BRAVO;
O pescador é da água e o sertanejo CAMPESTRE;
Angicos tem o Cabugi, nós temos SERRA AGUDA;
Não se desespere, você tem BOM JESUS;
Na época do inverno, é linda a BARRA;
Eles estão em guerra, nós em UNIÃO;
É ótimo o sabonete de AROEIRA;
A jurema está seca e o PAU FLORADO;
Na humildade se lembre de SÃO FRANCISCO;
Ele mora em (A)Guamaré e eu em ALAGAMAR;
Ele mora em Carnaubais e você em PALMEIRAS;
Ele é pagão e você BENTINHO;
Eu sou Maria e Cauby CONCEIÇÃO;
Não chore, a felicidade está na VOLTA;
No semi-árido temos ARVOREDO;
Boa viagem e DEUS NOS GUIE;
Não precisa ir ao Norte, aqui temos AMAZONAS;
De longe avisto Serra Aguda, de perto SERROTINHO;
Laginha tem cal, pertinho DIAMANTINA;
O Gado Bravo é criado em Barra Mansa;
Quilombola é em Aroeiras, aqui é BAIXA DE NEGA;
O velho casarão Está em SÍTIO NOVO;
Boa paz é um BOM PRINCÍPIO;
No leito do rio Gaspar Lopes tem uma LAGOINHA;
Na sua fazenda tem rios, aqui CÓRREGOS;
Ao chegar no céu, encontrarei SÃO PEDRO;
Na caatinga eu tenho SERRA VERDE;
Vendo o céu aberto eu tenho SANTO ESTEVÃO;
No meio dos gentiões eu tenho SÃO PAULO;
Não é só no Centro-Oeste, aqui temos BRASÍLIA;
Tudo no meu lugar é PROVIDÊNCIA;
Ali tem piçarro, aqui MASSAPÊ;
Na praia tem zumbi, aqui as ALMAS;
Antes era Caboré, agora é SANTA HELENA;
As melhores caieras estão em LAGINHA.
João Bosco da Silva, professor e poeta 08/08/2011
Poema- Ginásio Paulo VI
Tive a felicidade de ter sido diretor por cinco anos do Ginásio Paulo VI e na ocasião dos 42 anos de funcionamento, ofereço esse poema aos alunos e aos ex-alunos da escola.
És tu oasis desta região
Quente e sofrida terra do sertão
De ti, sairão amanhã novos valores
Que irão engrandecer esta nação.
Tu que nasceste de um sonho multicerto,
De homens que pensavam no porvir
Estás servindo muito, agora no presente,
E hás de servir a gerações que hão de vir.
Um dia, bem longe desta amada terra,
Quero escutar teu nome enaltecido
Também dizer quanto beleza encerras.
Se querem ver a terra progredir
Ajudem àquela obra tão sublime
E nunca pensem, ó homens, em destruir.
João Bosco da Silva, professor e poeta 08/08/2011