quinta-feira, 1 de setembro de 2011

As Minhas Lembranças

       Doutor João Adauto da costa é advogado tem vivido desde os anos mais verdes servindo a nossa terra. Já foi prefeito municípal do pleito de 1972.  Escreveu essas memórias no cinquentenário da nossa querioda terra Pedro Avelino. No dia 23/12/1998 na edição histórica do primeiro jornal de Pedro Avelino, " A Pimenta".

 
                                              Uma Rua Chamada Saudade

      A rua velha, depois rua Gaspar Lopes é hoje em dia rua Justino Xavier, sempre foi o logradouro mais animado. Alí se instalou a primeira feira livre do povoado de Gaspar Lopes. Em 1922, com a chegada do trem à localidade, como a feira era alí, evidente que o centro comércial também alí se instalou.  A casa de jojo de Antônio Furtado, o estabelecimento comércial de Joaquim Inácio, o comércio de Salviano, o locomove ( motor de descaroçamento de algodão) de Manél Jácome, depois de Salviano  e por fim Joaquim Inácio o Hotél de Joca do Pará, em fim tornou-se a rua principal.

      A sua alegria, já nos meus tempos de criança, pelos idos de 1943 em vivenciada quase todas as noites, porém, infalivélmente às sextas-feiras, dia de maior movimentação, já a essa altura na vila de Eptacio Pessoa. Porém na rua velha, na sua esquina entre o Riacho do Serrote dos caboclos ou o Riacho do Açude de Maria Soares e a casa do Manoel Toucinho, aí havia uma residencia de uja caçada emanava a alegria maior da rua. Era a casa de Mestre Candido Romeiro, professor, curador e pequeno comérciante. Seu candido, como eu o chamava e todas as outras pessoas era casado com dona Ótilia, irmã de Mestre Alfredo e Sebastião Julião da Silva também conhecido como Sebastião Barbeiro. Pois bem, como o dois manos de dona Ótilia eram amantes da música e da noite, todos os dias, após o jantarsentavam-se na calçada e em seu derredor uma avalanche de pessoas admiradores e simpatizantes da música popular brasileira. Aos poucos iam os dois imão consumindo a noite e trazendo alegria para todos os espectadores. As demais calçadas da rua também se deleitavam com o repicar do cavaquinho ou do bandolim do Mestre Sebastião barbeiro e os acordes do violão de Mestre Alfredo, acompanhados pela marcação dos guisos do pandeiro de Espedito Quincô ou de Chico Duvidoso, jovens, muito jovens na época. 

   Más a alegria advinda da calçada de Mestre Candido atraia ainda os casais de namorados da rua e de outros logradouros que, regojisados pelo encanto das músicas execultadas palmilhavam a rua velha, um após outros, a passos lentos cuja a escuridão era quebrada apenas pelas luzes do bicos de carboreto e  lamparinas a querozene colocadas nas janelas de algumas residencias para dar melhor visibilidade aos transeuntes. 

   Assim era a calçada da casa do mestre Candido até onde vão as minhas lembranças dos velhos tempos que não voltam mais.

                   Escrito por João Adalto da Costa, Postado por Prof. e Poeta João Bosco.
  
                                                                                                                        

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