MARCAS DO TEMPO
Marcos Calaça, jornalista (UFRN)
Para aqueles que já contam com meio século de vida, são os privilegiados dessa bela crônica que estou escrevendo. Os que tem menos de cinquenta anos, certamente, terão que pedir ajuda aos mais velhos.
O certo é que estamos vivendo uma revolução tecnológica e uma mudança radical na cultura , essa para pior. Alguns objetos mudaram de nome com outros costumes e hábitos, como: diadema mudou para tiara; baladeira colocaram o apelido de estilingue; a brincadeira de academia passou a se chamar de amarelinha; maria chiquinha abortou para xuxa.
Outros objetos viraram peça de museu, como exemplos: radiola, máquina de datilografia, vídeo cassete, toca fita do meu carro, gravador de pilha, suspensório, tabuada, cartilha do ABC, broche, brilhantina e outros produtos perdidos no tempo e no espaço.
Algumas marcas viraram figuras de linguagem, como toda lâmina de barbear é Gillette; a água sanitária chamam por Água Marilena; o iogurte gritam por Danone; a esponja de aço pedem por Bombril. Existem roupas que marcaram para sempre na década de 70: camisas Fio Escócia e Volta ao Mundo; calças Lee e US Top; calças de veludo e boca de sino; tênis conga, Kichute e Verlon; refrigerante Guaraná Antarctica para quem estava doente; o mesmo com biscoito Maria, só quando adoecia; sabonetes Phebo e Vale Quanto Pesa. A pelada era bola canarinho; para ficar forte a jogada passava por Biotônico Fontoura e Emulsão Scott. Sapato, a febre era Cavalo de Aço.
Em um certo momento a juventude inventou a moda de alpargatas de couro. O café era Vencedor, gostoso com a tapioca de Geni de Chico Locutor. Teve o momento febril da revista Placar e das figurinhas dos campeonatos brasileiro e carioca, com a rivalidade entre Flamengo de Zico e Vasco de Dinamite. Quando o calor apertava, era o momento de poli e dindim.
A televisão era em preto e branco, como as marcas Colorado RQ e ABC a voz de ouro. Dominava o cenário a TV Tupi, com Tarzan; Daniel Bonne; A feiticeira; Viagem ao Fundo do Mar; Perdidos no Espaço; Jerônimo, o herói do Sertão; Chacrinha; Flávio Cavalcanti e outros belos filmes, além das ótimas novelas.
E você participou dessa época lúdica? Maravilha.
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