Igapó
O bairro Igapó era antiga povoação de Aldeia Velha, sede da taba dos índios Potiguares. Seu nome significa sítio abandonado, pântano, banhado, alagado.
O local foi morada do célebre guerreiro Poti, Antônio Felipe Camarão. Referência histórica datada de 1600, dizia ser a área uma concessão dada a Manoel Soares; possuía 80 braças de longo, por uma légua de comprimento, “defronte de uma tapera que foi de Felipe Camarão”. Em história do Brasil de 1500/1627, o Frei Vicente de Salvador relata que Manoel Mascarenhas Homem, tendo terminado o Forte dos Reis Magos e entregue a Jerônimo de Albuquerque no dia de São João Batista, em 1598, veio no mesmo dia dormir na aldeia do Camarão, onde estava Feliciano Coelho.
Em seus domínios, em 1916, foi inaugurada a ponte sobre o Rio Potengi para dar passagem aos trens da Estrada de Ferro Central, que ligava Natal ao interior do Estado. Sua estrutura metálica comportava 9 (nove) vãos de 50 (cinqüenta)metros e um vão de 70 9setenta0 metros, montados sobre colunas sólidas e resistentes. Media a extensão total de 550 (quinhentos e cinqüenta) metros, sendo na época considerada a maior ponte do Nordeste. Durante muito tempo permaneceu como único meio de ligação entre a Capital e os municípios do Norte do Estado. A construção de uma nova ponte se deu no governo do Monsenhor Walfredo Gurgel (1966-1970), e a sua duplicação no governo de Geraldo Melo (1986-1990).
Igapó é o núcleo formador da Zona Norte de Natal, com características rurais e urbanas que se interpenetram. Isto se deve a parte de seu habitantes terem origem rural, uma vez que muitos deles vieram do interior assolado pela seca. Alguns cultivam roçado, criam animais e se dedicam á pesca.
Um desses moradores, Pedro Bernardino, de 70 anos, mais conhecido como Pedro do Fogo, trabalhou na antiga ponte de ferro. Ele avisava aos motoristas a vez de passar, porque a ponte só comportava um carro por vez. O apelido vem do trabalho que realizava de apagar o fogo das brasas que caíam dos trens movidos a lenha. Ele lembra que, quando chegou a Igapó, tudo era mato.
Prof. e Poeta João Bosco
Nenhum comentário:
Postar um comentário